sábado, 22 de maio de 2010

Tem um lugar

Tem um lugar no mundo
Onde primeiro eu flutuo n’água morna do açude
E o céu azul ocupa todo o campo de visão.
Os ouvidos ficam debaixo d’água, surdos,
E assim parece que eu sinto mais a luz e o frescor.
Depois nado até alcançar o outro lado.
Me agarro ao mato do barranco e subo o morro.
Sento naquela pedra grande, onde me seco,
E então sigo caminhando,
Bem devagar, parando pra olhar qualquer coisa,
Ou só pra ouvir melhor qualquer som,
Sem camisa e sem calçado, só de calção.
Ao lado da palmeira é o lugar onde paro.
Lá embaixo, longe, vejo casinhas simples,
E ouço os barulhos distantes de crianças, cachorros e machados.
Me deito na grama bem alta, que faz coçar depois,
E sinto a realidade mais do que tudo.

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