sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estilo é...

Sofrer e ser feliz por saber que vai passar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estilo é...

Mandar um post no meio da aula de estatística e acertar uma resposta quando a professora te faz uma pergunta.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Estilo é...

Apresentar um seminário com fones de ouvido e tirar só um quando alguém faz uma pergunta, respondendo tipo “ahm... não, não.” Depois colocar o fone de volta.

Estilo é...

Chegar no final da festa de casamento de terno e all-star, sem gravata, pegar a irmã do noivo, muito gata, e vazar com ela.

Ânsia

Ânsia por beber; por falar alto e dar risada.
Ânsia por dançar; comigo mesmo no meio de um monte de gente que faz o mesmo.
Ânsia por sair e esquecer
Não sei do que, mas esquecer.

A noite grita!
Os bares abrem os braços!
O cartaz diz “happy hour a partir das 18:00 – mais de 100 marcas de cerveja”
Calma! Dá um tempo! Só estou indo na padaria.

Volto e passo de novo em frente
O bar olha pra mim, em silêncio, e só levanta as sobrancelhas.
Eu sigo andando, feito idiota, carregando a sacola dos pães.
Agora a ânsia já me tirou a fome

Estilo é...

Maninho ficar a festa inteira de óculos escuros e tirar quando amanhece.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Estilo é...

Chegar como quem não quer nada numa pracinha do bairro, meter 10 barras e sair muito de canto, dando uma olhada pros lados muito na moral.

Proposta

Opa.
Gostaria de propor aos hermãos uma "série" de posts, sempre que houver uma idéia na mesma linha. O título seria " Estilo é...", naquele mesmo molde dos desenhos da antiguidade que vinham escrito "Amar é...". Porém, dessa vez, a vibe é ajudar na construção e desenvolvimento do caráter machossexual-indie-rocker, sempre visando um aprimoramento dessa instituição que surgiu para ficar.

Dito isso, o post seguinte já dou início a essa idéia e mantenho o convite para os brothers colaborarem quando tiver alguma idéia.

Eh noix, pedrada na vidraça.

Tom Zé: um senhor de muito respeito


Esse é o verdadeiro gênio. Pouco conhecido, mas quem conhece ama.
Nunca inventou moda. Sempre criaram alguma moda a partir dele.
Queimo todos os álbuns daqueles que uma vez se disseram tropicalistas por meia canção do Tom Zé.
Me espanta ver que um cara desse tem 73 anos.
Me espanta pensar pela primeira vez que ele pode sumir.
Jamais suas músicas, mas é uma pena que isso pode acontecer com suas idéias.
Vida (mais) longa!

Palco da vida

Queria atuar mais
e viver menos.
Chove no nordeste.
5min, não mais do que isso.
É sempre a mesma constância da variação,
não podia ser diferente.




O amor

Transborda o meu vazio.

O vazio

Está cheio de dor.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

Na Itália

Facciamo questo:
uma pasta al pesto.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Reflexões mirmecológicas I

Olha o pote de mel ilhado.
Rodeia-o, não há caminho.
Pára, gira entorno de si mesma.
Tem de haver alguma forma!!
Está tão perto, logo ali...
Vai embora cabisbaixa,
talvez vá tentar arranjar uma solução.
E pensa:
"quem sabe um dia formigas construirão jangadas?"
Só a loucura
........ cura

Enquanto isso...

Em Porto Alegre, uma sequência.
Sequência de lindos dias feios.

21

7 + 7 + 7
Blackjack
+- 4,58257 ²
2 e 1
.......................

o que falta acabar

para completar tudo


Frio

No nordeste também faz frio.
De madrugada, apenas.
E só no meu quarto.
Assim, procuro sempre manter
o peito aquecido.

Tudo passa

Só o tempo não passa.

Vai caminhante

Antes do dia nascer

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Passaporte Azul

Barbada, R$ 499,00.
Mas voa pra São Chico?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quando tudo está ótimo ela chega.
A desgraçada é mal educada,
não tem o mínimo tino de desconfiança.
Não quer saber se é a hora ou momento certo,
muito menos se sua presença é bem vista.
Chega, se acomoda e ali fica, esperando.
Ninguém sabe o que, nem ela deve saber.
Só fica esperando o tempo passar,
o que ela faz passar bem devagarinho.
Ela não sabe por que está ali,
nem ao menos o que quer.
A tristeza é mesmo mal educada e muito confusa.

Fim de tarde chegando

O claro entre as nuvens me ofusca a vista
O amargo do mate me aquece o peito
Bob Dylan me acalma a alma
Corroída por pensamentos

Uma vez no psiquiatra...

- Doutor, não sou louco.
- Calma, comece do princípio!
- Bom, no princípio eu criei o céu e a Terra...

Fotos

http://www.flickr.com/photos/rafadd83

terça-feira, 20 de abril de 2010

Agora é tarde
.......... arde

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

Clima

Sol.
Chuva.
Vento.
Calor.
Nunca frio.
As vezes ameno.
Pra que ficar sempre igual??

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O pêlo do Juvenal

O Juvenal tem o pêlo amassado
Como marca da sua vadiagem
Sempre é o lado que tava deitado
Bah... Que viagem.

As orelhas do Juvenal

As orelhas do Juvenal
Não são caídas nem são de pé
São inseridas na horizontal
Hã... Engraçado, né?

Abraço

Na falta, deixo-me envolver pelo Atlântico.
Grande como o sentimento,
Dinâmico como ela.
Sua infinitude me faz lembrar sempre
que há algo de novo no igual.
Em pouco tempo de contato já me curo,
liberto e nasço de novo.
Seja um som, uma imagem ou o toque na minha pele,
sempre me alegra.
E está sempre lá.
Que esteja sempre lá.

Belo lindo dia feio

Chego e me deparo com um emaranhado de textos,
massarocas de idéias,
confusão de sentimentos,
diálogos rimados,
pensamentos letrados...

Me alegro ao sentir a presença dos autores.
E não de cada um isolado, mas como numa (re)união
daquelas em volta uma mesa de bar ou numa esquina qualquer.

Parece que escrito tudo pode ser dito,
conheço um pouco mais de cada um a cada texto
e me surpreendo...

Ah, como é o bom esse lindo dia feio!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um pouco de realismo

Paixão é sentimento
Veemente, claro e conspícuo.
Amor é só um conceito
Abrangente, vago e ambíguo.

Anaira M.

A frieza dela só dá mais contraste à expressividade
E a expressão de séria só aumenta o brilho quando ela sorri
O sorriso tímido só transpõe mais charme ao contorno da boca
E o silêncio da boca só deixa mais doce o timbre da fala
A fala suave só faz mais alegre o som da risada
E a risada aquece com delicadeza aquela superfície
Banhada por ondas de castanho claro

Completo

Vazio

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Diagnóstico

A mulher leva o marido ao médico. Os dois se sentam.
- Qual é o problema?
- Então doutor... Ele tem agido de modo estranho. Ri de coisas tolas, chora de coisas banais, sorri pra coisas mortas, se surpreende com quase tudo, e não se preocupa com quase nada! Noutro dia passou duas horas deitado no chão da varanda, olhando pra cima. Pensei que estava olhando as estrelas, por que isso até eu acho lindo, mas não; olhava os insetos em volta do lustre. E teve uma vez que ficou pasmo com uma árvore que balançava ao vento. Está retardado ele, doutor?
O médico o examina um pouco e suspira.
- Está poeta dos olhos.
- Como é, doutor? E isso é grave?
- Não nesse estágio inicial. Sempre começa pelos olhos. Mas pode se espalhar pra língua e, mais tarde, pra todo o corpo.
- E aí? Tem risco de morte?
- Morte? Não! (fala rindo). Não, não... Ele estará melhor do que nunca e do que todos.
Em seguida, desfazendo o sorriso, diz:
- O problema é que... Caso se torne uma epidemia, bom, aí o mundo, ou melhor, a civilização, a sociedade... A senhora me entende? Isso morre.

O dilema de um ex-prisioneiro

Não podia desdobrar bem as quatro patas. Antes disso, batia com o dorso no teto. O rabo batia nas paredes, se batesse, mas nem batia. E o focinho ficava bem perto da grade da frente, o que deveria ser uma porta, mas que nunca se abria. Só via pernas compridas, andando pra lá e pra cá; e a mão que lhe dava comida. Latia, uivava, chorava e mordia a grade, em vão.

Até que um dia, depois de meses, alguém mexeu naquela grade, e ela se abriu. Num pulo ele saiu por inteiro. Nem se sabe se foi primeiro a dianteira que saiu, ou tudo de uma vez só, tamanha a pressa. Então, derrapou numa freada logo a frente e, por não mais que dois segundos, não soube se ia pros pés daquele que o soltou, ou corria pra longe. Correu. Correu por muito tempo.

Até hoje, vive sem casa. Até hoje, convive com a dúvida. Seria a mão que abriu a porta do mesmo que na caixa o mantinha, e que talvez de novo o prendesse ou outro mal cometeria? Ou seria de uma alma boa que o libertou de vez e que quem sabe o acolhesse e para sempre o cuidaria? Até hoje não sabe. Trocou a chance do paraíso e o risco do inferno, pela certeza da satisfação mediana. Praquele lugar nunca voltará, seja isso bom ou ruim.

Do peito à laringe

Hoje acordei sentindo tudo aquilo que não se vê quando se olha.
O coração estava perto da garganta, o que decerto prenderia um pouco a voz.

Me apaixonei três vezes.
De duas não sei o nome; da outra não tenho fé.
Quem sabe essa uma volta noutro escrito.
Clamei por que ouvissem o que eu pensava.
E por que não falava? Se mexia a língua quando pensava, era dizível!
É que a fala tem uma carga.
Quem fala quer algo em troca; assim se pensa; e assim o é.
Esse é o problema do dizer. É voluntário. Só fala quem quer.
Diferente de pensar, que o faz quem apenas sente, sem nada querer.

Sente, pensa, quer, fala. Já não é...
Pensava mil coisas.
Podia sorrir, se ouvisse o pensar. Expresso estaria; e assim ficaria.
Mas sem conhecer, se ouvisse o falar, não ia gostar.
Dizer “te acho linda”, sem fala ou escrita. Eis um desafio.

Quanto mais claro, mais longe.
Quanto mais dito, mais torto.
Quanto mais mudo, mais puro.

Pequenos gestos...
Singelos...
Sutis...
Passam mais fácil do eu sentir pro tu sentir.
Ou volatilizam.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Homenagem póstuma a Ivo Rodrigues (+ 08/04/2010), vocalista e cabeça da banda paranaense "Blindagem".

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Cheiro do Mato
Composição: Ivo Rodrigues e Paulo Leminski

Quando me lembro
Do cheiro do mato
Da beira da estrada
De comer pinhão
Lembro do amor
De uma árvore
Sem esperar pra ver nascer a flor

E vou seguindo
Caminhando, me espalhando
Levando poeira no meu coração
Eu vou, eu vou
Sem olhar pra trás
Eu quero ir embora antes de parar

No meu caminho
Tenho mais de quatro nortes
Pra iludir uma só morte
Se pensar em me segurar
Lá no meu campo
Nunca tive bandeira
Se preciso dou rasteira
Vou cantar noutro lugar

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Anônimos oprimidos

Desdobra o bilhete, curioso, e o lê em voz alta:
- Blá (seja lá o que for).
- E quem foi que escreveu isso?
- Não sei, senhor, não está assinado.
- Sendo assim, trate de jogá-lo ao fogo.

Questão de ordem

Ir-se-ia acusar de pronto, o autor, logo após as primeiras reações; fossem elas não hostis. Esperando um “huahuaha, olha o que escreveram, quem será que foi?”, fora surpreendido com frases pontuadas por “maldade”, “ofensivo”, “meio foda”, “pode significar várias coisas” (????).
Achou por um momento que havia sido rude, o infeliz do autor, e tentou mostrar que maldade nenhuma havia, independente da fonte.
Por fim, vejo que lado certo não há, apenas tatos diferentes. Não ignoremos a variabilidade.
Não foi a primeira e certamente nem a última vez que esse que vos fala dá risada e, depois que abre os olhos, fechados e vermelhos de tanto rir, se depara com rostos sérios, lábios apertados, olhares pro chão, coçando a cabeça ou, o que é pior, balançando-a como quem diz “não” (essa cena, por si, já é engraçada).

Sim, é meio fútil o motivo do debate, mas é também saudável e divertido.
É pondo tudo às claras (e identificando-se , ainda que tarde) que se melhora o convívio.

Direito de resposta?

Todos querem poder falar e fazer.
Responder o que lhe foi dito ou feito.
Só resta lembrar que para se dirigir a palavra a alguém, é preciso saber a quem se fala.
Não há como responder a um anônimo.

Deve-se ter clareza, também, que as palavras são compreendidas diferentemente,
de acordo com quem as profere.
Certamente uma piada de um conhecido será avaliada de forma amigável.
E não há nenhum anônimo em um círculo de amigos.

O humor não possui forma. Ele não é estático.
Sua deformidade é inerente a sua natureza.
Assim como as pessoas. Cada um deforme do seu jeito.
Que eu seja um sem graça caso o humor tenha uma forma definida.
E que o sentimentalismo esteja sempre presente.
Forte, de um jeito ou de outro.

E quanto àquele que se pregou uma peça enquanto dormia,
podemos ter certeza, o desejo de retribui-la, existirá.
E nesse caso o anonimato protegerá o autor da brincadeira.
Isso é uma arma, uma tática.
Que alguém se acuse quando o indivíduo acordar.

Para que se esconder?

O anonimato não tira a graça, a distorce.

Direito de resposta

O anonimato não deveria tirar a graça.
Pensa quantas piadas são feitas às escondidas. Num exemplo meio tosco, pra ser simples, um sujeito coloca uma aranha de mentira na mochila do outro. Mesmo sem saber quem foi, a primeira reação do indivíduo ao se dar conta da brincadeira é achar graça, e não tirar satisfação de quem haja sido pra só depois dar risada. E aquela de aprontar alguma com o colega que dorme no ônibus durante uma excursão? Anonimato outra vez. E a graça é percebida a despeito de se descobrir o autor. Humor negro? Talvez, muito de leve. Afinal, não foi com a desgraça alheia, mas com um romantismo meigo.
Desavisado estava eu que sentimentalismos fortes podem deformar o senso de humor, uma vez que outra.
Coisa de gente normal, como eu.

terça-feira, 6 de abril de 2010

As partes

"A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam"
A cabeça sonha com os pés nos sentimentos
Os sentimentos brotam de não sei onde, um não sei quando e as vezes de um não sei porquê.
O não sei onde torna-se aqui, o quando torna-se o agora e o infinito
E o porquê?
É a razão escrava da paixão que não se limita mais a entender...e tudo se resume a sentir.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Parti

Meu coração em dois.

domingo, 4 de abril de 2010

Noite das caminhadas brownianas

Indo
Descem do bus, param, olham pros lados, sobem uma quadra, dobram, sobem duas, voltam uma, dobram, sobem três, voltam quatro, pegam o bus e voltam pra ir direto ao bar.

Voltando
Dois passos pra lá, quatro pra cá, dois pra frente, um pra trás, param, três pra frente, tropeça, um pra lá, três pra cá e por aí vão até chegar à baia.

Em pequena e média escala, o aleatório ruma os caminhos da noite tal como o faz em grande escala, na vida.

A Idade de Ser Feliz - Mário Quintana


Existe somente uma idade para a gente ser feliz,

somente uma época na vida de cada pessoa

em que é possível sonhar e fazer planos

e ter energia bastante para realizá-las

a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida

e viver apaixonadamente

e desfrutar tudo com toda intensidade

sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar

e recriar a vida,

a nossa própria imagem e semelhança

e vestir-se com todas as cores

e experimentar todos os sabores

e entregar-se a todos os amores

sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem

em que todo o desafio é mais um convite à luta

que a gente enfrenta com toda disposição

de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,

e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente

chama-se PRESENTE

e tem a duração do instante que passa.

Deixa

Não deixa eu sozinho.
Não faz com que eu seja tão pouquinho.
Quero ser tanto.
Não mais que máximo, muito menos que mínimo.
Não deixa eu ser perfeito, nem ao menos tentar,
Ser esse rarefeito, que está, mas não está.
Que tenta ser, mas não é.
Quero ficar e pronto.
Com a realidade, nem mais nem menos,.
Só a felicidade, e ponto.

Estampa sessentista

Quero ser uma bolinha branca.
Em um fundo vermelho.
Perto de várias outras bolinhas brancas.
Mas eu quero ser especial.
Não qualquer bolinha, mas uma que possui o status daquela Bolinha.
Ela faz a difrença.
No meio de tantas outras, ela é especial.
Não é diferente, maior, melhor ou pior.
É especial, única.
Assim espera que seja.
É o desejo de uma bolinha.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

“They should have sent a poet”

Fala memorável do filme “Contato” que, aliás, tem uma história bastante parecida em alguns aspectos com a do nosso querido e presente LHC.

Seria bom se algum poeta com tato (sem trocadilhos com o nome do filme) para a ciência tirasse proveito do “milagroso” bóson de Higgs;
se de fato o descobrirem;
e se não nos explodirem.

Acerca da alienação voluntária

Minha mente não é uma esponja.
Prefiro pensar muito sobre pouco a pensar pouco sobre muito.
Não corro atrás das notícias; e de vez em quando até corro delas.
Se perdem a cabeça, eu analiso. Se me sacodem, eu dou risada.
Observo o observador e penso sobre o pensamento.
Reconheci a tempo, contudo, que fazer vem antes de ser (pensar), tanto quanto ser vem antes de ter. Essa é a ordem.
E sobre a matéria desses fazer e ser? Seguem a paixão por princípio;
a razão por base e o conhecimento por fim.
A utilidade como subproduto. Incerto, esporádico, vale dizer.
Conhecimento do quê? Do que me atrai, já falei.
E o que me atrai não sou eu quem dita. É fisiológico.
Assim, negamos o livre-arbítrio, falando sobre vontade própria.
Fazemos o que queremos, mas não escolhemos o que queremos.
E aquele que tenta fazer o que não lhe atrai, faz merda.

A beleza do inconveniente

Madrugada. Segunda-feira. Amanhã cedo trabalho.
Ligo o rádio e abro uma garrafa de vinho pra pensar na vida.
E a vizinhança dorme...

Supermercado. Fila grande. As pessoas têm pressa.
Dou um chocolate à linda moça do caixa e convido-a para um café.
E a fila espera...

Noite na praia. Garoa e vento gelado. Sugere-se jogar baralho.
Caminho até a areia deserta pra sentir o vento e ouvir o mar.
E eles em volta da mesa...

Oitenta anos. O mundo é estranho. O corpo é fraco.
Convido-te pra tomar vinho na beira da praia sob a luz da lua.
E as pessoas se deitam e morrem...