sábado, 22 de setembro de 2012

Crônicas do REM VII

O campo verde está todo cercado. E no limite dele há um precipício, onde eu me equilibro segurando num arame da cerca. Lá embaixo vejo um banhado feio, nada bom de cair. E adiante, se eu sigo pela beirada do precipício, posso chegar numa floresta seca, só com árvores sem folhas, vizinha do campo.

O campo verde cercado, a floresta seca e o banhado. Entre os três, num precipício, eu.

...

Noutro momento, tiros. Todos atiravam em todos. Até quem parecia bom, escondia uma arma e matava. Um sonho a la Tarantino.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Hoje ainda é sempre.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

(Socorro)

Diante das tuas palavras
te dou uma cara de gesso
e esculpido em gelo um coração

Fiz só de fumaça a alma

(Só que às vezes ela afoga
e aqui dentro eu choro)

Não espere dele riso nem razão
Fiz só disso o mim que vês
Não espere dele amor ou uma moral
Fiz só disso...

Meu disfarce de fumaça, gelo e gesso.

...

Mas às vezes um teu cheiro, um cacho
ou tua falta no meu peito
tua ausência há dias
e a canção vazia de tua voz
no apartamento escuro de tua magia
cada disso parte um pouco o gesso e eu te vejo!

(Me reviro, como houvesse me enterrado vivo).