terça-feira, 15 de outubro de 2013

Tá errado de tão certo

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A história de Seu Bestov

Era tão besta que de tanto ficar se dizendo o "the best of" qualquer coisa não notou a sutileza do deboche quando lhe passaram a chamar de Bestov.

Um dia resolveu registrar no cartório como novo nome pra si próprio esse "Bestov". E Bestov qualquer coisa era mesmo o melhor em tudo. Mas em bestialidade era mais.

E esses foram os fatos mais memoráveis da vida de Seu Bestov, que as pessoas que o amavam (um amigo, etc.) tinham pra contar. É uma história tão besta que marcou um estilo novo de literatura que jamais um escritor teve a ousadia de usar. O das histórias que começam sem serem muito atraentes, mas quando chegam ao fim você se dá conta que o melhor tinha sido aquilo mesmo.

Limite tendendo a zero ou o segredo pra felicidade eterna

Começou a gostar de fazer um intervalo entre uma coisa e outra. Pra notar bem cada uma, sentir elas, pensar sobre elas. Pensar sobre o sentimento e sentir o pensamento que cada fim de fim e começo de começo traziam.

Um dia ele disse "chegou a hora daquele intervalo, mas antes vou dar uma parada e ficar sentado notando bem cada coisa e sentindo e pensando...". E fez um intervalo entre a coisa e o intervalo.

E foi assim sucessivamente, notando cada transição, cada fim, cada começo, fazendo intervalos entre um intervalo e outro. Formando um fractal pra dentro do tempo, que ele degustou, engoliu e digeriu até o instante.

Mensageiro da morte

Aquele que há pouco ascendia
transluz a carcaça cor-dente-de-porco

Revela a apagada iminente
o não mais suficiente
o espírito pouco.