terça-feira, 31 de julho de 2012

Crônicas do REM VI

De baixo de gigantes folhas de repolho me escondi dos índios que passaram logo mais na rua, ali em frente. Com seus carros e alto-falantes anunciaram indiretamente a mim, já avistado, que não havia razão para se esconder por medo de compartilhar as terras, sendo ainda inverno. Me escondi em vão. Por um medo infundado.

terça-feira, 24 de julho de 2012

"Experiência...

... não é o que aconteceu com você, mas o que você fez com o que aconteceu."
(Aldous Huxley)

sábado, 21 de julho de 2012

Passarinho

Trocaria vidas todas sem você por essas horas
Não faz nem sentido olhar imagem quando é suficientemente forte na memória
Tu parada ali me parecendo uma montagem
Um recorte d’outro mundo, uma miragem
Foste o dia mais feliz desse meu dia

No rádio, uma canção de amor entre as notícias
Na missa, uma criança ao ir brincar no pátio
Do meio da aula maçante foste aquele passarinho, na janela
E da vista da janela, num céu cinza em movimento
Foste azul...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Esse não é sobre amor
É sobre um dos seus filhos
Ela, a insanidade
Aquela que confunde amor ao mundo e ódio próprio com amor próprio e ódio ao mundo allternadamente e rápido em uma imagem só de estroboscópio estático ambulante
O sentimento que não se permite
O tagarelho antipensável e o comportamento espásmico do pensar que resiste
E s'esvanece

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Acho que é difícil mesmo uma ilusão ou sonho que produza a tua figura como a tenho agora. Tenho o teu tamanho entre minhas mãos.  E a textura, o cheiro, olhar... Não os olhos, mas olhar; o movimento indetectável senão pela empatia, expectativa, curiosidade, vontade. Tenho-te sem ti. Exatamente aqui, onde te deixei... Ir.

Se

Não, não estou bem
E nem consigo mais falar contigo
E essa mudez não é de agora
Já sentia antes pelos teus ouvidos não saberem o que eu quero
E é precisamente essa a mudez que me atormenta
O que eu quero é te chamar, pra que venha aqui
O que eu quero é ver você entrar ali, naquela porta, como da última vez, pra que eu sinta tudo aquilo outra vez.
Mas quem sabe agora eu deixasse aquele medo estranho de lado, e não achasse que você está tão forte como achei.
                                                          
Tua beleza aquele dia tinha toda a tua beleza e tua segurança
Também tinha em tua beleza a tua distância
E é por isso que teu cheiro, mesmo sendo o mesmo cheiro, pareceu como a primeira vez
Quando tu não era minha
Como agora.

Se você entrasse ali de novo...
Se eu falasse, se eu pudesse
Se adiantasse.


Escolhi que tua cintura seja as minhas mãos
Que meu ar seja tua boca
Mas que se não forem sejam todos olhos e imaginação
Para sempre, como religião secreta do meu mundo interno.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Crônicas do REM V

Caminho por um corredor estreito, entre um muro e a parede externa de uma casa. Dobro à direita, contornando a casa, e o corredor se torna bem mais estreito, apertado. Não consigo mais voltar para o corredor mais largo, por não conseguir me virar para fazer a curva neste sentido. Sensação ligeiramente claustrofóbica.

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Caminho à noite, talvez de madrugada, por ruas desertas. Uma das lojas, com luzes acesas, porém sem ninguém, está aberta, propositalmente. É uma loja de colchões e a deixam aberta para publicidade, para que andem pela loja (corredores estreitos cercados por colchões) e vejam os produtos. Um sensor com alarme não permite que se fique parado muito tempo no mesmo lugar, para que as pessoas não durmam ali. Quando estou lá dentro penso "tenho que trazer a Gaia nesse lugar!"

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Caminho por muros entre casas vizinhas e vejo ao lado, um pouco longe, um leão. De perto vejo que tem formato de gato (mas é um leão). Volto para onde estava antes e haviam gatos e vejo agora que há alguns filhotes mortos.