quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Reverência para um momento

Chora gaita ao céu aberto e mãos fechadas
Na batida simples e constante como um trem antigo
Ninguém quer sair daqui, mas o maquinista é um e ele não liga
É frio o trem ou ele?
Ao ritmo da gaita o que nos resta é um vinho
Alguma fumaça, a voz das velas
Velam a última nuvem laranja
Saúdam a noite com respeito e medo
Magnitude do vazio
Luta de espada contra o volúvel
Balas de sons
Harmonia de silêncios
Consciência esparsa em reverência à lua
Alguma fumaça, a voz do que já fora vivo
Um gole quente e grama fria
Cabeça fria, noite quente
E o prazer de não saber ou ser ninguém
Por um momento fora do instante
Cravado à pele

4 comentários:

  1. Porra, não vejo a hora do ano que vem.
    Tomar um vinho e jogar conversa fora!
    O churras só fez satisfazer a vontade do trago com a rapeize, mas ainda tem de haver a troca de idéia incessante com os irmãos!!
    Saudades, cara!

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  2. Muito certo, muito certo... altas filosofias de buteco, em qualquer mesa ou casa que seja. Marcaremos!

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