quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Eu preciso dormir
Pra chegar no amanhã 
Abrir as cortinas e os vidros
Com suas doses de realidade
Seus baldes de água fria ou morna
Arcar com as respostas das perguntas
Sejam quais forem, que lavem meus olhos
Removam essa crosta de esperanças vagas
Limpem no ego as feridas, ciumentas e pobres
Permitam que eu veja no agora a beleza restante.

O que me conforta nessa noite
É o aroma do incenso do templo
Que me remete ao dharma e à sangha
E essa música alegre, la belle de jour.

Me conforta também uma fé bem modesta 
Que o dia que nasce amanhã vem com ela
Cruzaremos mais alguns olhares e sorrisos
Cheios de vontade e carentes de certezas.

Dentro do segundo, fora de si mesmos
Nosso olhar é suficiente e não tem dúvidas
Toda dúvida pertence ao tempo, que não temos
Nus do tempo e de si mesmos, temos tudo.

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