sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Estilo é...
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Estilo é...
Estilo é...
Ânsia
Ânsia por dançar; comigo mesmo no meio de um monte de gente que faz o mesmo.
Ânsia por sair e esquecer
Não sei do que, mas esquecer.
A noite grita!
Os bares abrem os braços!
O cartaz diz “happy hour a partir das 18:00 – mais de 100 marcas de cerveja”
Calma! Dá um tempo! Só estou indo na padaria.
Volto e passo de novo em frente
O bar olha pra mim, em silêncio, e só levanta as sobrancelhas.
Eu sigo andando, feito idiota, carregando a sacola dos pães.
Agora a ânsia já me tirou a fome
terça-feira, 27 de abril de 2010
Estilo é...
Proposta
Tom Zé: um senhor de muito respeito
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Reflexões mirmecológicas I
Frio
quinta-feira, 22 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Fim de tarde chegando
O amargo do mate me aquece o peito
Bob Dylan me acalma a alma
Corroída por pensamentos
Uma vez no psiquiatra...
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O pêlo do Juvenal
Como marca da sua vadiagem
Sempre é o lado que tava deitado
Bah... Que viagem.
As orelhas do Juvenal
Não são caídas nem são de pé
São inseridas na horizontal
Hã... Engraçado, né?
Abraço
Belo lindo dia feio
massarocas de idéias,
confusão de sentimentos,
diálogos rimados,
pensamentos letrados...
Me alegro ao sentir a presença dos autores.
E não de cada um isolado, mas como numa (re)união
daquelas em volta uma mesa de bar ou numa esquina qualquer.
Parece que escrito tudo pode ser dito,
conheço um pouco mais de cada um a cada texto
e me surpreendo...
Ah, como é o bom esse lindo dia feio!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Um pouco de realismo
Veemente, claro e conspícuo.
Amor é só um conceito
Abrangente, vago e ambíguo.
Anaira M.
E a expressão de séria só aumenta o brilho quando ela sorri
O sorriso tímido só transpõe mais charme ao contorno da boca
E o silêncio da boca só deixa mais doce o timbre da fala
A fala suave só faz mais alegre o som da risada
E a risada aquece com delicadeza aquela superfície
Banhada por ondas de castanho claro
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Diagnóstico
- Qual é o problema?
- Então doutor... Ele tem agido de modo estranho. Ri de coisas tolas, chora de coisas banais, sorri pra coisas mortas, se surpreende com quase tudo, e não se preocupa com quase nada! Noutro dia passou duas horas deitado no chão da varanda, olhando pra cima. Pensei que estava olhando as estrelas, por que isso até eu acho lindo, mas não; olhava os insetos em volta do lustre. E teve uma vez que ficou pasmo com uma árvore que balançava ao vento. Está retardado ele, doutor?
O médico o examina um pouco e suspira.
- Está poeta dos olhos.
- Como é, doutor? E isso é grave?
- Não nesse estágio inicial. Sempre começa pelos olhos. Mas pode se espalhar pra língua e, mais tarde, pra todo o corpo.
- E aí? Tem risco de morte?
- Morte? Não! (fala rindo). Não, não... Ele estará melhor do que nunca e do que todos.
Em seguida, desfazendo o sorriso, diz:
- O problema é que... Caso se torne uma epidemia, bom, aí o mundo, ou melhor, a civilização, a sociedade... A senhora me entende? Isso morre.
O dilema de um ex-prisioneiro
Até que um dia, depois de meses, alguém mexeu naquela grade, e ela se abriu. Num pulo ele saiu por inteiro. Nem se sabe se foi primeiro a dianteira que saiu, ou tudo de uma vez só, tamanha a pressa. Então, derrapou numa freada logo a frente e, por não mais que dois segundos, não soube se ia pros pés daquele que o soltou, ou corria pra longe. Correu. Correu por muito tempo.
Até hoje, vive sem casa. Até hoje, convive com a dúvida. Seria a mão que abriu a porta do mesmo que na caixa o mantinha, e que talvez de novo o prendesse ou outro mal cometeria? Ou seria de uma alma boa que o libertou de vez e que quem sabe o acolhesse e para sempre o cuidaria? Até hoje não sabe. Trocou a chance do paraíso e o risco do inferno, pela certeza da satisfação mediana. Praquele lugar nunca voltará, seja isso bom ou ruim.
Do peito à laringe
O coração estava perto da garganta, o que decerto prenderia um pouco a voz.
Me apaixonei três vezes.
De duas não sei o nome; da outra não tenho fé.
Quem sabe essa uma volta noutro escrito.
Clamei por que ouvissem o que eu pensava.
E por que não falava? Se mexia a língua quando pensava, era dizível!
É que a fala tem uma carga.
Quem fala quer algo em troca; assim se pensa; e assim o é.
Esse é o problema do dizer. É voluntário. Só fala quem quer.
Diferente de pensar, que o faz quem apenas sente, sem nada querer.
Sente, pensa, quer, fala. Já não é...
Pensava mil coisas.
Podia sorrir, se ouvisse o pensar. Expresso estaria; e assim ficaria.
Mas sem conhecer, se ouvisse o falar, não ia gostar.
Dizer “te acho linda”, sem fala ou escrita. Eis um desafio.
Quanto mais claro, mais longe.
Quanto mais dito, mais torto.
Quanto mais mudo, mais puro.
Pequenos gestos...
Singelos...
Sutis...
Passam mais fácil do eu sentir pro tu sentir.
Ou volatilizam.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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Cheiro do Mato
Composição: Ivo Rodrigues e Paulo Leminski
Quando me lembro
Do cheiro do mato
Da beira da estrada
De comer pinhão
Lembro do amor
De uma árvore
Sem esperar pra ver nascer a flor
E vou seguindo
Caminhando, me espalhando
Levando poeira no meu coração
Eu vou, eu vou
Sem olhar pra trás
Eu quero ir embora antes de parar
No meu caminho
Tenho mais de quatro nortes
Pra iludir uma só morte
Se pensar em me segurar
Lá no meu campo
Nunca tive bandeira
Se preciso dou rasteira
Vou cantar noutro lugar
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Anônimos oprimidos
- Blá (seja lá o que for).
- E quem foi que escreveu isso?
- Não sei, senhor, não está assinado.
- Sendo assim, trate de jogá-lo ao fogo.
Questão de ordem
Achou por um momento que havia sido rude, o infeliz do autor, e tentou mostrar que maldade nenhuma havia, independente da fonte.
Por fim, vejo que lado certo não há, apenas tatos diferentes. Não ignoremos a variabilidade.
Não foi a primeira e certamente nem a última vez que esse que vos fala dá risada e, depois que abre os olhos, fechados e vermelhos de tanto rir, se depara com rostos sérios, lábios apertados, olhares pro chão, coçando a cabeça ou, o que é pior, balançando-a como quem diz “não” (essa cena, por si, já é engraçada).
Sim, é meio fútil o motivo do debate, mas é também saudável e divertido.
É pondo tudo às claras (e identificando-se , ainda que tarde) que se melhora o convívio.
Direito de resposta?
Direito de resposta
Pensa quantas piadas são feitas às escondidas. Num exemplo meio tosco, pra ser simples, um sujeito coloca uma aranha de mentira na mochila do outro. Mesmo sem saber quem foi, a primeira reação do indivíduo ao se dar conta da brincadeira é achar graça, e não tirar satisfação de quem haja sido pra só depois dar risada. E aquela de aprontar alguma com o colega que dorme no ônibus durante uma excursão? Anonimato outra vez. E a graça é percebida a despeito de se descobrir o autor. Humor negro? Talvez, muito de leve. Afinal, não foi com a desgraça alheia, mas com um romantismo meigo.
Desavisado estava eu que sentimentalismos fortes podem deformar o senso de humor, uma vez que outra.
Coisa de gente normal, como eu.
terça-feira, 6 de abril de 2010
As partes
A cabeça sonha com os pés nos sentimentos
Os sentimentos brotam de não sei onde, um não sei quando e as vezes de um não sei porquê.
O não sei onde torna-se aqui, o quando torna-se o agora e o infinito
E o porquê?
É a razão escrava da paixão que não se limita mais a entender...e tudo se resume a sentir.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
domingo, 4 de abril de 2010
Noite das caminhadas brownianas
Descem do bus, param, olham pros lados, sobem uma quadra, dobram, sobem duas, voltam uma, dobram, sobem três, voltam quatro, pegam o bus e voltam pra ir direto ao bar.
Voltando
Dois passos pra lá, quatro pra cá, dois pra frente, um pra trás, param, três pra frente, tropeça, um pra lá, três pra cá e por aí vão até chegar à baia.
Em pequena e média escala, o aleatório ruma os caminhos da noite tal como o faz em grande escala, na vida.
A Idade de Ser Feliz - Mário Quintana
Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.
Deixa
Não faz com que eu seja tão pouquinho.
Quero ser tanto.
Não mais que máximo, muito menos que mínimo.
Não deixa eu ser perfeito, nem ao menos tentar,
Ser esse rarefeito, que está, mas não está.
Que tenta ser, mas não é.
Quero ficar e pronto.
Com a realidade, nem mais nem menos,.
Só a felicidade, e ponto.
Estampa sessentista
Em um fundo vermelho.
Perto de várias outras bolinhas brancas.
Mas eu quero ser especial.
Não qualquer bolinha, mas uma que possui o status daquela Bolinha.
Ela faz a difrença.
No meio de tantas outras, ela é especial.
Não é diferente, maior, melhor ou pior.
É especial, única.
Assim espera que seja.
É o desejo de uma bolinha.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
“They should have sent a poet”
Seria bom se algum poeta com tato (sem trocadilhos com o nome do filme) para a ciência tirasse proveito do “milagroso” bóson de Higgs;
se de fato o descobrirem;
e se não nos explodirem.
Acerca da alienação voluntária
Prefiro pensar muito sobre pouco a pensar pouco sobre muito.
Não corro atrás das notícias; e de vez em quando até corro delas.
Se perdem a cabeça, eu analiso. Se me sacodem, eu dou risada.
Observo o observador e penso sobre o pensamento.
Reconheci a tempo, contudo, que fazer vem antes de ser (pensar), tanto quanto ser vem antes de ter. Essa é a ordem.
E sobre a matéria desses fazer e ser? Seguem a paixão por princípio;
a razão por base e o conhecimento por fim.
A utilidade como subproduto. Incerto, esporádico, vale dizer.
Conhecimento do quê? Do que me atrai, já falei.
E o que me atrai não sou eu quem dita. É fisiológico.
Assim, negamos o livre-arbítrio, falando sobre vontade própria.
Fazemos o que queremos, mas não escolhemos o que queremos.
E aquele que tenta fazer o que não lhe atrai, faz merda.
A beleza do inconveniente
Ligo o rádio e abro uma garrafa de vinho pra pensar na vida.
E a vizinhança dorme...
Supermercado. Fila grande. As pessoas têm pressa.
Dou um chocolate à linda moça do caixa e convido-a para um café.
E a fila espera...
Noite na praia. Garoa e vento gelado. Sugere-se jogar baralho.
Caminho até a areia deserta pra sentir o vento e ouvir o mar.
E eles em volta da mesa...
Oitenta anos. O mundo é estranho. O corpo é fraco.
Convido-te pra tomar vinho na beira da praia sob a luz da lua.
E as pessoas se deitam e morrem...