Diante das tuas palavras
te dou uma cara de gesso
e esculpido em gelo um coração
Fiz só de fumaça a alma
(Só que às vezes ela afoga
e aqui dentro eu choro)
Não espere dele riso nem razão
Fiz só disso o mim que vês
Não espere dele amor ou uma moral
Fiz só disso...
Meu disfarce de fumaça, gelo e gesso.
...
Mas às vezes um teu cheiro, um cacho
ou tua falta no meu peito
tua ausência há dias
e a canção vazia de tua voz
no apartamento escuro de tua magia
cada disso parte um pouco o gesso e eu te vejo!
(Me reviro, como houvesse me enterrado vivo).
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