terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Já faz um tempinho que não escrevo 
E não é por falta de inspiração. 

Já quis falar sobre o mar 
E sobre a sensação que aquela música do Philip Glass me causou 
De como tudo passa, muda, mas algo sempre fica, persiste. 

Já quis falar sobre a noite estrelada do van Gogh  
Que vimos viva n’água do trapiche à beira-mar 
Os seus morros-sombra e o pacífico socó noturno. 

Já quis falar de tanta coisa linda 
E uma vez ou outra, de estados perturbados. 

Porém, há uma coisa que ultrapassa tudo 
Tudo o que deixei de escrever não chega aos pés disso 
Que persiste aqui dentro e que não vou deixar passar 
E esse tempo apenas confirmou sua posição superior.

É um lugar 
Ali... 

Entre os olhos e o nariz dela
É o riso dela ali, nesses dois espaços.

Esqueçam as obras de pintores e compositores 
Jamais me farão sentir o que eu sinto quando eu vejo esse riso dela
Que resolve tudo 
Que faz eu perceber que o mundo, naquele momento 
Está mais do que suficientemente azul, leve e florido.

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