sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Azul-sim

Entregamo-nos
Ao ondulante e fresco abraço do Peri
E o coração meu
Que ondulava igual, porém mais quente
Disse "agora" e eu disse "ei...
Quer ser minha namorada?"
E o coração teu disse, com sorriso, "sim".

E eu, que algumas vezes já beijei teu rosto
Agora achei teu beijo
E o beijo éramos nós, de fato
Dançando um poema resumido em toque.

Nadamos até o beijo
Flutuamos em abraços
Mergulharemos? Sim!
Amar é viver ciclo chuva, água doce e mar.

Depois, eu te orbitava como a lua à Terra
E ondulava entre nossas almas-ilhas
O que, leve, nos lavava: amor-água
E o céu cantarolava azul-sim.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Calma

Me desculpe
Se eu perdi a calma com a situação
Me desculpe se eu deixei que o sentimento
Endurecesse as minhas palavras 
É que eu não tenho mesmo muita paciência 
Com poderes ilusórios
E se eles não são vistos como tais
É que fica mais difícil
E se eles te impedem de pousar e descansar 
Se eles te seguram onde não mais quer
E se eles tentam, sem sucesso, apagar tua chama
Vendar teus olhos, te isolar e calar teu coração 
É que eu largo toda a calma e, se me deixa
Num pulo eu chego e, se preciso, chuto a porta 
Embarque e deixe ao vento a ilusão, querida
Que é assim que elas morrem
Segura essa minha mão que abri pra ti 
Que a outra está fechada
Não sou violento, apenas precavido
Fique atrás de mim
Desça e espere, que eu já vou.