sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O tempo para

no vapor de uma cascata
sob a sombra de um pé de limão de lua
esse céu de cem pequenas luas
verdelinas, se azulino é o cogumelo

e com um chá de cheiro enche-se um riso de suspiro doce
do que não se come

o tempo para num mirar de cabanitas
para bem morar e se sentar numa varanda torta
e tecer planos de arranjar uma carroça e um pangaré
pra se levar pra lá e pra cá umas gentes, se levar a vida

para no correr das nuvens
das cores das nuvens - o correr do tempo
até nisso o tempo para, se assistido de olhos leves

para entre um dormir cantado baixo e um sonho
ou se apagar ao sol e despertar na chuva
e não ter pressa em levantar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário