domingo, 26 de janeiro de 2014

Divagações de dezembro

A natureza é cheia de particularidades
e entenda o que quiser por natureza
isso também faz parte do que me refiro

Vejo meu vô caminhando
e vejo meu pai no seu jeito
e me vejo
e essa linha imaginária
descontínua
tem força em cada nó
no juvenecimento
e se enfraquece como um todo
e se dilui

Vejo meu vô caminhando
lá longe na estrada de chão batido
ao longo da cerca
e fico imaginando que ele deve retomar
talvez sem nem pensar
sentimentos da infância
talvez o caminho que fazia pra escola

Vejo essa criança de olhar ingênuo na minha frente
e penso na distância que entre ela e meu avô existe
não do tempo
mas na decorrente dele que há agora
nesse instante
no cruzar de olhares com visões tão diferentes de tudo
o que os torna quase incompreensíveis entre si

Penso na diversidade de visões que cada coisa dá
e que essa própria propriedade em si
pluralidade de visões
é também um elemento
coisa
tipo uma espécie de bicho
que também é um coletivo de diversidades

Penso enfim que essa pluralidade é eu
somente eu
e tiro um peso enorme das coisas
que não tem pluralidade alguma nelas

toda ambiguidade é dos espaços.

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