E nem consigo mais falar contigo
E essa mudez não é de agora
Já sentia antes pelos teus ouvidos não saberem o que eu
quero
E é precisamente essa a mudez que me atormenta
O que eu quero é te chamar, pra que venha aqui
O que eu quero é ver você entrar ali, naquela porta, como da
última vez, pra que eu sinta tudo aquilo outra vez.
Mas quem sabe agora eu deixasse aquele medo estranho de
lado, e não achasse que você está tão forte como achei.
Tua beleza aquele dia tinha toda a tua beleza e tua
segurança
Também tinha em tua beleza a tua distância
E é por isso que teu cheiro, mesmo sendo o mesmo cheiro,
pareceu como a primeira vez
Quando tu não era minha
Como agora.
Se você entrasse ali de novo...
Se eu falasse, se eu pudesse
Se adiantasse.
Escolhi que tua cintura seja as minhas mãos
Que meu ar seja tua boca
Mas que se não forem sejam todos olhos e imaginação
Para sempre, como religião secreta do meu mundo interno.
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