quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Notas matutinas

É engraçado como a vontade aumenta a esperança
Por que ela estaria ali com uma hora de antecedência?
Mesmo assim eu estico o pescoço pra ver se está
A fração da fração da chance de algo muito desejado pisa na razão pra dar uma espiada por cima.

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É divertido ver as pessoas na rua enquanto se ouve música
Com algumas ficam tristes; outras loucas, ou bonitas.
Todo mundo ganha estilo. Têm mais personalidade e vida.
Quando para volta tudo. Igual acordar no meio de uma viagem com um caminhão barulhento e esfumacento na frente do carro, vendo o calor do asfalto.

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É bom usar bermudas.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Prima Vera

A mais bonita da família.
Nem sempre que há lágrimas escorrem
Nem sempre que há lírios eu vejo
Nem sempre que há amor há paz
E não é porque há paz que deixa de existir desejo

E não é porque há amor que deixa de existir desejo
E vice-versa
O que não versa fica
Finca, aperta e petrifica

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Quando vier amanhã sente-se à direita, na janela
E um pouco antes do castelo, ao lado de helicônias indiscretas
Veja o que encontrei de novo
São pra ti

Lírios laranjas têm sardas
E sobre as tuas o amor, se denso, escorre.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Alberto Caeiro ontem me deu uma inspiração
Logo se foi...
Tenho uns versos anotados que nunca fechei
Às vezes penso e já não é o que uma vez senti
Lembro
Mas "a respeito" não é o mesmo que "de acordo" no escrever

Se um dia eu entender o que definitivamente é um algo
Desse dia em diante não vou mais falar a seu respeito
Mas expressar de acordo

(O que talvez venha antes de qualquer tentativa de entender)

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Havia a via láctea
Longe, a via como um vulto.

domingo, 11 de setembro de 2011

Clima estável

"Domingo de sol e frio no RS"

Temperaturas devem oscilar entre 3ºC e 24ºC

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Crônicas do REM IV

Era uma praça grande em frente à igreja. Amarrado num galho de árvore, um balanço de corda, a uns três metros do chão. Um jovem de não mais que 18 anos pendurado de cabeça pra baixo se balançava e cantava em alemão. Cantava só pra si, ensaiando pro coral, lendo o livreto, em pronúncia perfeita do idioma. Mas o povo todo ouvia. O canto dele enchia a praça de beleza e alegria. As pessoas caminhando por ali apreciavam e acabaram por simpatizar com o rapaz.

Depois era do outro lado da rua que ele estava, num jardim ao lado da igreja. Um gramado cercado por muro baixo. E foi num daqueles acidentes estúpidos, que acontecem em um segundo, que um pequeno monumento de mármore o derrubou. Depois do som do impacto, um silêncio. Mais alto do que o de antes, porque as pessoas pararam repentinamente de andar. Era um silêncio de espanto. Me aproximei e vi que o corte na cabeça era profundo. O bastante pra não dar mais esperança. O bastante pra não criar alvoroço, só o choque e paralização do povo. Tentei telefonar pro socorro ainda assim, mas não deu.

Mais afastado, vi o corpo sendo guardado num saco fechado com zipper. E as pessoas retomaram seu andar, simplesmente. O silêncio voltou a ser mediano. Não tão cheio como o da canção, nem tão vazio como o da morte.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Estilo é...

Receber email muito importante da UFRGS:


"O filme O Rei Leão já está disponível na Videoteca."

sábado, 3 de setembro de 2011

Bezerra Angústia da Silva

Vou apertar,
e não vais sorrir agora.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Infantilidade

- Vai, passa.
- Não.
- Pode passar, não tem problema.
- Não quero.
- Olha, eu vou ficar aqui, parado, e você passa.
- Para com isso, já disse que não quero.
- Por favor...
- Não...

E o tempo, continua fazendo birra.