quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tudo bem
o caralho

Tome as doses
Vire a térmica do líquido negro e acelere o coração desnorteado
Pise fundo no acelerador pra não bater no muro
Se o que se espera é o tudo então que merda é o tudo teu
Não esperar por fazer é um conselho fraco
Eu digo não faça por esperar
É o custo de ser fumaça
Ela sobe serena em linha contínua virando as curvas leves ao vento
Eu sopro contra ela com tanta força que voa saliva
Dou uma tossida porca e violenta contra a sua forma
E ela some e lá vem outra
Não espere que seja melhor
Não espere nada da fumaça
Não faça por esperar

O vento não é uma criatura escrota
A fumaça é que é submissa e fraca

Quando quebrarem teu vaso de cerâmica
Mastigue os cacos
Cuspa
e pisoteie

Agora é terra de novo
E você vê que ainda há beleza nela
Aquela mesma terra que compunha o vaso

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