segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Era disso que eu estava falando
Não era sobre viagens, conquistas, carreira
Uma casa boa, filhos ou uma vida longa
Não era sobre qualquer sonho a ser realizado
Não era nem mesmo sobre o despertar da consciência.
 
Era de você dançando na minha sala de vestido à meia-luz
Em frente ao toca-discos
Era disso que eu estava falando
Quando eu falava da felicidade.

E agora a tenho ali, memorizada, a felicidade.
De vestido preto inesperadamente balançando-se
E convidando-me a também sê-la. E fui.
Sim, eu sei. Como foi que você disse mesmo?
“Foi só um mal-entendido”. “Ninguém está imune ao ego”.
Tens razão, e obrigado pelas palavras.
Mas, desculpa, elas não me são suficientes.
Detesto errar contigo.
Então, apenas um pensamento me permitiu restabelecer o centro:
“Este erro eu não cometo mais”.
Parece absolutista, idealista, intolerante, inflexível? Devo aprender a me perdoar?
Não sei. Contigo é tudo diferente. É tudo novo. Os sentimentos.
Eu só sei que nunca quis acertar tanto com alguém.
Então, sabe, acho que você é o meu verdadeiro caminho-impulso para despertar.
Chega. Só vai. Só faz. Só não faz.
Fonte de cura. Eu venho depois disso. Bem depois.
Me deixa ser assim. Vai me fazer mal? Vai dar certo? Estou me superestimando?
Eu estou pagando pra ver.
Não vem de você, nenhuma cobrança, nenhuma pressão.
Pelo contrário, vem só compreensão e orientação.
Mas, por alguma razão (a beleza que eu vi em ti?), eu nunca quis acertar tanto.
A vida é curta para que eu permita aos erros repetirem-se.
Transmutei o desconforto e a culpa em autodeterminação.