sábado, 18 de maio de 2013
Gosto de músicas que vêm de fora
Digo da janela, ou mesmo ouvindo rádio
Que não seja eu que escolhi
É como se, no mato, eu pusesse um pássaro
um pinheiro ou uma flor
pra ver
Quando escolho, digo.
Quando vem de fora é parte do ambiente
me parece
Vem mais natural
Tem essa de receber
Mais sentido em contemplar.
A Véspera
Olhe aquele cara ali
Sozinho entre cem mesas
Sob um toldo decorado de holofotes verdes
Que engraçadamente ele acendeu pra si
Nessa noite úmida e vazia
Amanhã tudo estará cheio.
...
..
.
Amanhã só? Tudo cheio?
E essa brisa silenciosa de melancolia?
E o reinado da canção que ele escolheu?
E a profundidade do momento?
O trago, o medo, a falta, o ermo?
O nada!
Amanhã tudo estará tão vazio...
Natureza urbana
Pombas descansam no alto de um monumento
Na calçada o festival eterno de momentos
Passa um parecido com lisboa (o nei)
Pássaros que de tão frio são só conceitos
Mas tem casa de joão e o quero-quero que vai logo no que vem
O que tem de todo tipo mesmo é cão
E não importa se é pelado ou é vestido
Quatro patas ou só três
Quando a pomba que desceu é um chamariz
Chama tanto quanto a mim o cheiro desse pão no saco pardo
Temperando a atmosfera...
Essa impedida de ser como o pão: quente e fresca ao mesmo tempo.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Não aqui
Um ciclista vai pro norte
penso que é porque é mais longe
olho pros meus pés e sinto um
cheiro na imaginação
que não sei da natureza mas que é cheio de clareza do seu
tempo
Sol no algodão...
que nem chuva na terra
que nem grimpa queimada
que nem bosta no campo
E como soa essa palavra quando
dita assim!
"vou pro Campo"...
enche a boca
achque até preteia uns dente e
muda a fala
sua por debaixo do chapéu que não tá ali
sua por debaixo do chapéu que não tá ali
e a grama que não tem te passa a sola e já começa a cutucar no pé.
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