segunda-feira, 20 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Musa bagunceira
Me encontrou
daquele jeito
encantando como quem só caminhasse
E foi-se
desse jeito
correndo como quem por quem passou nada mudasse
Frente à bocas semi-abertas caem suave as folhas levantadas...
daquele jeito
encantando como quem só caminhasse
E foi-se
desse jeito
correndo como quem por quem passou nada mudasse
Frente à bocas semi-abertas caem suave as folhas levantadas...
Descartes da vida
A unidade mente-corpo
descoberta e venerada
subiu
Ficou só mentalizada
levou todo o resto junto
deixou só toda a carcaça
sucumbiu.
descoberta e venerada
subiu
Ficou só mentalizada
levou todo o resto junto
deixou só toda a carcaça
sucumbiu.
Assim como o talco
Essa dor salgada e contraída
é contra o que inventei de mim a luta
o requisito do repudiado
o braço dado à vida já torcido
é a procura pela reconciliação com desprezados
Ser completo é uma virtude
e é preciso sê-lo antes de tudo
sente fome quem só gasta a prata em vinho
Nunca é tarde
nada é pronto
nunca a crítica machuca
se colhida de cabeça aberta e alta.
é contra o que inventei de mim a luta
o requisito do repudiado
o braço dado à vida já torcido
é a procura pela reconciliação com desprezados
Ser completo é uma virtude
e é preciso sê-lo antes de tudo
sente fome quem só gasta a prata em vinho
Nunca é tarde
nada é pronto
nunca a crítica machuca
se colhida de cabeça aberta e alta.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
A paixão segundo G.H.
"Fecho os olhos, e no nu descoberto
sinto o vento me trazendo
memórias, toques, sensações..."
sinto o vento me trazendo
memórias, toques, sensações..."
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Se eu não enxergar
o que houve comigo
e eu não assumir
como eu me senti
nós vamos continuar batendo a lata contra a carne
Se eu não for ao porão
e tirar toda a tralha
se eu não for ao baú
onde estão as baratas
e sentir o cheiro podre das carcaças
as palavras serão sempre em vão
e um tapete estará sempre ao chão
cobrindo os buracos na madeira sustentada
por colunas de concreto e aço.
o que houve comigo
e eu não assumir
como eu me senti
nós vamos continuar batendo a lata contra a carne
Se eu não for ao porão
e tirar toda a tralha
se eu não for ao baú
onde estão as baratas
e sentir o cheiro podre das carcaças
as palavras serão sempre em vão
e um tapete estará sempre ao chão
cobrindo os buracos na madeira sustentada
por colunas de concreto e aço.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
O abraço do polvo
Chega em movimentos lentos
apalpando em toques leves
mas lhe agarra logo a língua
a presa assim deixa que a leve
Agora os outros cinco tentáculos
transpassam fácil por entre seus membros
e a presa já entorpecida ajuda
entrega o corpo ao melhor do ataque
Ela sabe que morrendo o mata
Seis tentáculos
Não Octopus.
apalpando em toques leves
mas lhe agarra logo a língua
a presa assim deixa que a leve
Agora os outros cinco tentáculos
transpassam fácil por entre seus membros
e a presa já entorpecida ajuda
entrega o corpo ao melhor do ataque
Ela sabe que morrendo o mata
Seis tentáculos
Não Octopus.
Poema feio
Era pra ser bonito
ou pelo menos triste, e só
mas ficou feio
com um quê de satânico
Aquele carneiro preto
menor que um poodle
ainda não tinha morrido
não antes do barulho de concreto
(e osso)
E aquela ovelha branca, a mãe
ainda não tinha desistido
de espantar galinhas no arredor
não antes de surgir a nova cor
(vermelho).
ou pelo menos triste, e só
mas ficou feio
com um quê de satânico
Aquele carneiro preto
menor que um poodle
ainda não tinha morrido
não antes do barulho de concreto
(e osso)
E aquela ovelha branca, a mãe
ainda não tinha desistido
de espantar galinhas no arredor
não antes de surgir a nova cor
(vermelho).
Rockoem na rodovia noturna
Dentro da rodovia noturna
a única luz é o teu farol
e a única vida a tua
Não importa se lá fora tem zumbis
que se parecem com você quando é dia
Agora não, John
Dentro da rodovia noturna
a locomotiva respira por narinas de metal.
a única luz é o teu farol
e a única vida a tua
Não importa se lá fora tem zumbis
que se parecem com você quando é dia
Agora não, John
Dentro da rodovia noturna
a locomotiva respira por narinas de metal.
sábado, 4 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Sabonete
O que acontece com uma coisa depois de já haver estado nela?
Depois de já a ter coberto, servido de chão ou de paisagem dela?
A ciência diz "associação"
Bobagem pobre, excesso de simplificação.
Bem mais certo é que fica tudo com cara de bosque no inverno
Onde outrora haviam grilos e cigarras, borboletas, gralhas, pica-paus...
E que agora em mim desperta instinto de verão - Vontade.
Depois de já a ter coberto, servido de chão ou de paisagem dela?
A ciência diz "associação"
Bobagem pobre, excesso de simplificação.
Bem mais certo é que fica tudo com cara de bosque no inverno
Onde outrora haviam grilos e cigarras, borboletas, gralhas, pica-paus...
E que agora em mim desperta instinto de verão - Vontade.
De terras distantes
A maior honra que esta cidade já teve ela não sabe
Foi ter tido uma princesa andando aqui, por estas ruas
E é por isso este lugar, não por ser onde vivi, sagrado.
Alto-falante
À noite era o barulho do coração que de tão alto não me deixava dormir. Igual aqueles relógios chatos. Mas na verdade devia ser outro o motivo. O mesmo que também não deixava ele se acalmar.
De manhã bem cedo, antes de clarear, estava calmo o coração. Batia baixinho. Mas a cada "tum" fazia um "clec" em alguma madeira da cama, na cabeceira.
Como quem diz algo em sussurro no microfone.
E não me deixava dormir.
De manhã bem cedo, antes de clarear, estava calmo o coração. Batia baixinho. Mas a cada "tum" fazia um "clec" em alguma madeira da cama, na cabeceira.
Como quem diz algo em sussurro no microfone.
E não me deixava dormir.
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